Viola de repente, poesia de cordel Galope de corcel Zunir de bala é canção Rasta pé nesse xaxado Em meus versos eu te falo desse tal de lampião Nunca se viu cabra tão valente Só a Deus era temente Chapéu de couro enfeitado, parabelo e facão Histórias que escola não ensina Uma saga nordestina, sina de herói e vilão No cangaço seu reinado Emboscado, certo dia tombou Foi direto para o inferno e o cão danado Virgulino afrontou Vai t'imbora! Disse o irado excomungado Com o oitão e uma caveira de boi O capitão matou mais de cem diabos Tacou fogo no mercado, rejeitado ele se foi O cangaceiro no céu, que ousadia! Em alvoroço veio toda santaria Injuriado são Pedro lhe judiou No seu apelo padim ciço advogou Eu vi Maria bonita Por em seus olhos um brilho de amor Mais doce seria a vida Sem injustiça que causa dor Sem guarida nem perdão Sua alma assim ao léu vagou feito assombração Vagueia com as carrancas do velho chico Na arte de Vitalino Em versos de um poeta do sertão Na voz do rei do baião Oh rendeira, oh rendá Vem para o meu samba xaxando e diz Amor retado feito sol ardente No peito da gente é Imperatriz