Rionegro e Solimões

Varal do Horizonte

Rionegro e Solimões


Sou filho da roça não sou da cidade
Cultivo a verdade e amo a pureza
Nasci lá no mato no berço da relva
No ventre da selva da mãe natureza
Meu rico cenário não foi esquecido
O ipê florido e a linda paineira
A lua clareando o velho murmúrio
E o doce murmúrio da bela cachoeira

Meu ser tão querido que deixei um dia
A paz e a poesia são filhas de lá
Quisera voltar a infância vistosa
Sonhar novamente com a vida enganosa
Na sombra frondosa do jequitibá

O tapete verde na cerca dos montes
Transforma o horizonte num grande varal
A brisa bailando com os pirilampos
Na sala dos campos em frente ao curral
O manso riacho abrindo seu peito
Estende em seu leito a concha prateada
São meigas lembranças na tela da mente
Cobrindo presente com cenas passadas