Periferianos, distantes estamos Eles querem manos, minas, longe do plano Acesso buscamos, nos mobilizamos Rapidez precisamos, uma taxa pagamos Para ter busão, lotação, metrô Fura fila, teve quem votou, mas não rolou Povo paga caro, ganha pouco, prejuízô Uma saída para se locomover é preciso Ligeiro, sagaz, esperto, cauteloso Atencioso, me passo por um idoso Momento precioso, na fiscalização Nem me viu, saio vazado na multidão Embarco no vagão, tranquilo, na moral A viagem é coletiva, mas também é pessoal Cada um busca uma forma de manter o astral Ouvindo um som, bolando ideia, lendo jornal Horário de pico, metrô lotado, passando mal Trabalhador no veneno bem antes do serviçal Para o pobre, dificuldade é a real A liberdade dos carros correndo na radial Quem não pode, faz um investimento mensal Uma cota considerável quando soma o total Quem não se move, fica maluco, esse é o final Se não pagar transporte vai pagar pelo gardenal Lotação, metrô, busão, trem, carona (8x) Em cada vagão, vários bairros estão, mover Aglomeração não é difícil de se ver Toda multidão precisa embarcar, fazer o que? Sem reclamar, o culpado não tá no rolê O desentendimento, nesse momento tem Esbarrei, foi mal, normal, me empurraram também Que culpa tenho? Vou debater com alguém Que tá na mema que eu, vai veno, veja bem Muito pior é no trem, o risco não é blefe Vendedor ambulante atento com os pf Discurso de criança comove, conquista Levada boa na embolada do bom repentista Trabalhador se arrisca, se não vacilo cisca O lucro se transfere na mão de quem confisca Quem depende de longos itinerários Se perde no horário, o sistema é precário Busão lotado eu vi, se pendura e vai embora Vai cair quem não segura, ninguém quer ficar de fora Inimigo das horas, atrasos, atalhos Perifa vive longe do seu local de trabalho Na greve tudo pára, povo fica de cara Patrão não entende, toda raiva ele dispara Nem se compara, com a vida do burguês A gente corre dobrado, é bem mais fácil pra vocês