Ele vem comendo sua mente na pressão psicológica Na relação te deprecia e isso não tem lógica E você acredita em cada palavra dita Perdendo sua identidade, de si já desacredita Não é mais a mesma fita mas não consegue enxergar Do jeito que tá não dá, a que ponto cê vai chegar Até quando vai aceitar, vai acatar o que ele impõe, ele não propõe Sem direitos, mas aqui a gente se opõe Capaz de te fazer sentir errada, manipulador Se soubesse que era cilada fugia da dor Pra mim isso não é amor, quem ama não põe medo, aponta o dedo Com vergonha você guarda seus segredos Quem devia te acolher, te dar abrigo, ser amigo Embaixo do mesmo teto, vivendo com o inimigo Tá correndo perigo sem coragem de renunciar Esse som é pra anunciar, gaslighting é a denúncia Querem saber quanto eu peso Querem saber quanto eu meço Eu não quero nem saber (foda-se) Digo isso nos meus versos (vai) Minha sina é manifesto, pelas mina Meu protesto, minha rima O padrão te contamina Eu tô no Rap ou no Miss Universo? Decida, ou eu ou minha autoestima Qual das duas vai querer fuder? Me engana e ainda me subestima Mas a decisão não virá de você Foi o estopim, sua mão sem sim Pegando em mim Na maldade Não tem que ser assim Mas se eu for dar um fim Não respondo por mim Da minha parte! Cês tem mania de propriedade Manter-se intacto é prioridade Parece um pacto de integridade Garantir ser macho de verdade O estado da veracidade Apoia merdas e atrocidades Se tu enxerga a realidade E não faz nada Cê é um grande covarde Todas temos feridas que pomadas não curam Nem médicos, estratégicos Perfuram No íntimo Sentimos que somos fraturas Nos causam dor os assédios Censuram Os nossos passos São monitorados como BBB Não importa qual seu DDD Assusta Quantas delas morrem nos abortos A culpa Do estupro vai pra roupa que cê usa Em ditadura de beleza, dita a dura realidade Nascer mulher certeza que vão te chamar de louca Tenta calar sua boca, beijar sua boca a força Questionam nossa força, nos oprimem com força São vários danos, vários Boicotam nossos planos Diferem os salários Põe debaixo dos panos Nos querem maleáveis e influenciáveis Fracas e tão sensíveis Brinquedo pros covardes Basta desses Zé Mayer Cês mexeram com todas Meu trampo tá nos flyer Meu din, minha responsa Quero os dólar na conta Foda-se os faz de conta Não sou princesa, sou leoa e pra caçar tô pronta Querem levantar voz Mas noiz levanta mais Não sirvo só pra aquecer os seus lençóis, vaza Querem levantar voz Mas noiz levanta mais Tamo no fronte, somos fonte, revolucionárias Se manipula, domina Não passará Quem bota a mão e se aproveita Não passará Opressor só na lábia não prosperará Quer se crescer, cê não é nada e nunca será! Não que eu jogue mandinga ou energia Nem faço simpatia e cês merecia Mas cavam suas próprias covas e afasta os guia Cê tá cheio de ódio do poder das mina Se achou que eu ia pedir sua ajuda (não, não) Se achou que não seguraria a bronca Que acreditei que ainda foi minha culpa Mas eu sou só minha, não, nunca fui sua Levei muito tempo Pra entender que não era amor Só me sabotou, só se apoiou Cê só me sugou Descobriu que eu sou grande agora? (ahn?) Alt Niss tá brilhando agora? (não!) Cê tava olhando pro umbigo enquanto eu fazia a bomba pra fuder o mundo dos cara Fica calmo, respira Isso deve estar demais pra você, né? Vou cantar bem mansinho pra ver se o machinho aí consegue entender Não estamos dispostas a recuar, não tem nada que nos enfraqueça Nem adianta chamar os amiguinhos pra te dar ibope, não abaixo a cabeça Se cai uma no chão, tem mais seis bem do lado pra dar contenção Quero ver ser o valente otário que pra uma mulher vai levantar a mão A gente pode chorar, dor transborda do coração Imagina estar sendo humilhada por ele que teve sua dedicação Tristeza clara no olhar, dor transborda do coração Imagina estar sendo o melhor de você e em troca ter humilhação Mas a dor vai cessar e a ferida um dia vai cicatrizar Juntas estamos mais fortes nos dando suporte, vai ser ruim segurar A gente se cuida, não estamos sozinhas Dá tchau pra sua paz, a gente quer mais Respeite as guerreiras rainhas A gente se cuida, não estamos sozinhas Dá tchau pra sua paz, a gente quer mais Respeite as guerreiras rainhas Eu me sinto insegura, meu comportamento muda Olha só que loucura, eu vivo com medo Sociedade injusta, essa cidade me assusta Mas sou do tipo que luta, eu cansei de ter medo Eu me lembro da Cláudia arrastada na rua, de Porcos na viatura e flores na sepultura Sinto ódio por dentro, trago conhecimento Sou empoderamento, eu mantenho a postura Eu me lembro de várias, que vocês esqueceram, é Noiz no fio da navalha, desde o navio negreiro, mas Minha voz não se cala, e pro seu desespero Eu tô afiando a navalha, eu já nem sei o que é medo! Eu já nem sei o que é medo Romper silêncios é o primeiro passo para a cura Quanto tempo você não escuta o som da própria voz? Por medo de incomodar, a gente cala as justiças Mas dá pra promover mudanças no conforto? Assumimos, então, que trazemos narrativas de incômodo Queremos que nossas palavras cortem como navalha a sua indiferença Deixe a sua consciência intranquila, cause conflitos e tempestades Eparrei! Desconforto é incômodo necessário O som das nossas rimas vai perturbar o teu sono Desestabilizar a sua calma E ao mesmo tempo mostrar a nós a força da quebra A felicidade de se autodefinir Sim, vou olhar para mim E desta vez vou gostar do que eu vejo E direi para mim o quanto eu sou incrível Vou falar, gritar e me emocionar quando enxergar Dandara em mim E essa voz vai ser coletiva, vai ultrapassar fronteiras, tirar a venda dos meus olhos Conceição Evaristo um dia disse: Nossa voz estilhaça a máscara do silêncio Então fale, destranque, deságue Dá medo, eu sei, mas fale Às vezes a gente acha que o muro é muito alto Mas pule, garota Você não vai nem arranhar os joelhos