Riccelly Guimarães

Sobre Flores e Colibris

Riccelly Guimarães


Para roubar teu amor comecei pelo fim
Das histórias banais esquecidas
Para provar o teu sexo, um poeta ousado
Delirante em palavras perdidas

Fui colibri, o ator do jardim encantado
Teu afã de desejo escondido e tão raro
Um viajante do tempo, o cigano afobado
A caverna obscura, rei ou mestre dos magos
Sim, ai, eu sou

Vou matar meu amor em qualquer botequim
E escrever uma canção suicida
Vou levar do teu sexo o sabor do pecado
E sumir como uma bala perdida

Do colibri sabe a flor um segredo de estado
Mesmo sem ser caçador ele dorme acordado
Como se fosse um ator ele finge que é fraco
E sempre ante o horror, beija-flor sossegado
Sim, ai, eu sou