Este poema, quisera que fosse grito Para lá do infinito, além do tempo Que o próprio vento o levasse em seu rumor Como mensagem de amor, este poema; Que minha voz fosse a voz da própria terra Ecoando de serra em serra gritos de paz Gestos de pão sagrados são, gestos de amor Por cada um nasce uma flor em cada mão Semi-deuses conquistam a lua Outros planetas, todo o universo E na terra, tu criança nua Que triste vegestas sem pão e sem berço E ás mãos que trocaram arados Por gestos sagrados de redes e remos Por gestos de morte, blasfemo Gritarei no meu fado... o herói está errado Quisera ser a força do mar revolto Neste grito que ora solto em alta voz E que esse canto fosse a voz de todos vós O pranto do vosso pranto, qusira ser; Para dizer; mão sublimes, mãos ausentes Na distância das sementes, voltem á terra Ela vos quer de novo no seio sagrado Pois há lamentos de prado na voz da terra