Eu durmo e vivo ao Sol como um cigano Pelos becos vagando vou vaporoso Nas noites de verão namoro estrela Sou pobre, mendigo, e ditoso Não invejo ninguém Nem ouço a raiva Nas cavernas do peito sufocante Quando bebo, sou rei Meu palácio é a rua Me abro ao Sol e durmo à Lua Ando roto, sem bolsos nem dinheiro Mas tenho na viola uma riqueza Canto à Lua de noite serenatas E quem vive de amor não tem pobreza Sou filho do calor, odeio o frio, não creio no diabo Rezo, rezo, rezo, e sou vadio