Ele pulou da cama e mergulhou na densidade De viver, amargo, cercado, sedado Cego, surdo, mudo, atado no padrão descontrolado Faz sinal e reza pra parar o vagão da morte a ninar Valdisnei que agora sonha em trabalhar Pra comprar uma tela e ver o lobo salivar Ele tentou agradecer o cobrador e dar bom dia Mesmo que o fedor fizesse odiar, seus companheiros de cela Então guerreiro magrela, seguiu reto e sisudo em guarda alta E a raiva E o desespero A essa altura já deixavam o seu coração, no boteco tudo volta a ter coloração Rapaz não me vem com panfletinho bonito Auto ajuda nem santinho, simpatia ou reza braba Se é dentro da garrafa que o mergulho me faz Ver o azul do mar e eu consigo entender o que é Paz, eu quero viver e caminhar, contigo de pés descalços e ser um só Me diz como faz pra enaltecer ie o que o limite tempo espaço nos faz esquecer Nós, isso é um exemplo de nós No inferno uma só voz grita por todos nós A engrenagem é rústica, inquebrável a mística Nenhuma morte é súbita, velha trama estratégica Pediu pra comprar comprou Pagou pra matar, matou, correu o bicho pegou, ficou ele te cegou Impossível é o sonho real Induzido segue humano o pobre e velho animal Conduzido na maneira de pensar e de agir Controlado pra chorar sorrir e sonhar com a Paz, eu quero viver e caminhar Contigo de pés descalços e ser um só Me diz como faz pra enaltecer ie O que o limite tempo espaço nos faz esquecer