Há tempos que vejo o campo que eu parava rodeio não ser mais tão meu E brotar de repente a saudade mesclada a vontade de retomar o que outrora viveu Ter o campo na alma e a calma serena das manhãs deste sagrado chão Pra não ser o que hoje existo, sendo qual o cisco varrido no galpão Inverneiras e invernadas campeiras que cruzavam maios até agosto no pasto Sinfonia da felicidade são rangidos do couro sovados dos bastos O que toca pro agora é a lembrança de momentos que pertencem a quem também assim Tem no canto da passarinhada qual um clarim de alvorada, e ser, sem pensar no fim Que tempos, onde haviam tropas cruzando corredores e lonjuras do pago Berros na culatra e na ponta com estalos de relhos e assovios compassados Senhores do mate e da vida à beira do fogo de cuia na mão Um sul bem maior que o retrato que hoje tantos pintam sem pisar o mesmo chão Tantos termos delicados de valor pra o requinte de baldas povoeiras Não espelham o barro da bota de quem reponta a pecuária pra adiante das mangueiras E romanceia um passado que é presente sustentando de longe tantas vaidades Diferentes do pago que lembro onde não havia malícia e era a lida uma verdade A maior herança desse torrão é um sentimento repassado a cada um Nada foge a história e o Rio Grande transcende a uma essência carregada em comum Mas sendo esse mundo redondo, vem de cima uma força que ajuda e coopera Pra de novo bradar forte o grito que disse o índio, “tem dono essa terra”!