Renato Terra

Bacará

Renato Terra


Eu era o começo e era o fim
Dessa rua estranha, cascavel
Eh, e apesar de tudo
Quando ela ri pra mim
Faz do mundo um imenso carrossel

Eu era a escuridão do botequim
E ela, a luz no escuro cabaré
Eh, e no oceano de amor
Que havia em mim
Ela era o murmúrio da maré

Tudo aquilo que sabia era de mim
Tudo aquilo que eu queria
Era seu mel
Tudo aquilo que dizia era sutil
Tudo aquilo que eu vivi era cruel

Ela era o silêncio do mundo
Com voz de veludo a murmurar
Ah, era como um semi toque
Surdo no cristal
Como um som agudo, um bacará

Colorindo o amor
Com um beijo carmesim
Como o dia, ela se vai sem me deixar
Me rasgando em agonia, qual cetim
Me deixando essa vontade de gritar