Conheci Maria Dirce Entre uma lua e um sol No olhar frio padecido Tinha um “quê” dos perdidos Que ela não pôde brincar Seguiu comigo na praia Molhando a barra da saia No que sobrava do mar Fazia do instante um sonho Porque amanhã não tinha Razões pra querer sonhar No corpo seus paramentos Eram manhãs de domingos Vontades de convidar Fazia um ar quase alheio Como parada no meio De um vou e um quero ficar Maria amor e segredo Maria de tantos medos Que desandou a pecar Menina dezesseis anos Com rima nos desenganos Tristonhos de não voltar Correr os pés na campina Na serra que só termina No encontro do nosso olhar Maria Dirce me disse Que andava por decidir-se A nunca mais recordar