Quando o som dessas guitarras Ecoam pelas varandas Convidando a natureza Para brincar de ciranda Até a noite se agasalha Com o breu do céu a envolvê-la Só pra ver os vagalumes Dançando com as estrelas Então, a fauna noturna Queda, se mansa e escuta A comunhão dos sentidos Em sonora recoluta As vezes um grilo enquieto Sai arrastando as esporas Num contracanto atrevido Que se perde noite afora No partidor dos recuerdos Um sonho sempre se alonga E cruza a cancha da noite No lombo de uma milonga E cruza a cancha da noite No lombo de uma milonga No partidor dos recuerdos Um sonho sempre se alonga Quem ouve essas liras bugras Sentindo o pampa nas veias Bem logo, ententende o mistério Que hay no canto da sereia Há quem diga que foi Vênus Um dia louca de amor Transformou-se em guitarra Nos braços de um payador Vais ver que os tempos do sono Transando a calma e o espaço São frutos do encantamento Dessa deusa de um só braço Até a brisa se enfeitiça Depois que embala as flexilhas Levando o som dessas liras Pra o ballet das massanilhas Levando o som dessas liras Pra o ballet das massanilhas