Quando eu morrer, não cubram de flores o meu caixão As flores devem enfeitar a vida e não a morte Não matem as flores, arrancando-as do chão Culpando-as pelo meu azar ou pela minha sorte Deixem-nas vivas, colorindo tudo com o seu encanto Perfumando os campos e as cidades, do Sul ao Norte Quando eu morrer, não quero flores mortas como manto Por que tirar a vida delas pra celebrar a minha morte? Quando eu partir, não me cubram com flores Que ninguém as arranque na minha despedida Ceifando o seu perfume e apagando as suas cores Na verdade, só quero alegria na minha partida Pois amei, fui amado e tive mais prazeres do que dores Sejam felizes, que serei feliz nos jardins da outra vida