Tem que ter um fogo livre, ser a força que sustenta o mundo, conquistar a liberdade com as mãos do amor. Tem que acasalar os sonhos, adubar um sentimento novo, recriar a extensa forma de se ter prazer. Vejo no espelho o horror, o desprezo, o fantasma que insiste em trazer-me visões, de antigas lembranças perdidas num palco sem luz. Desfaz-se o nó da garganta no exato momento em que um grito insano reflete as angústias, e agride a vontade de se reprimir. Tem que acalentar a vida, como quem fareja novos rumos, afastar dos pensamentos a face negra do bem. Tem que recobrar a essência do que outrora esteve em evidência, traduzido na humanindade das ações. Quebro no espelho as culpas, os freios, a pele isenta de libertações, a cada miragem mais perto de mim estarei. Aquele que teme o reverso da vida, só pode buscar um abrigo seguro, um só não fará, mas o mundo terá a sua voz...