O meu ar é musical Eu respiro em melodia Entonação tropical A minha fonte é a poesia. Ôh!, ôh!, ôh!... Ôh!, ôh!, ôh! Um gorjear divinal Sou dó, ré, si, mi; sou fá Com sol, lá vivo a juntar Na mais perfeita harmonia Modulação magistral Eu tenho n’alma a moradia Ôh!, ôh!, ôh!... Ôh!, ôh!, ôh! Eu em verdade vos digo Assim vos digo e repito Em todo tom eu ecoo Que o meu canto é o encanto Que a natureza ensinou Ôh!, ôh!, ôh!... Ôh!, ôh!, ôh! E neste chão cá de baixo Dessa linha do equador Em simetria eu me encaixo Que nem o principal ator Ôh!, ôh!, ôh!... Ôh!, ôh!, ôh! Eu sei tintim por tintim Desse vasto cancioneiro Da nação tupiniquim De valsa, xote a baião De choro a samba-canção Eu sou o canto brasileiro. Sou!, sou!, sou!... Sou!, sou!, sou! Eu em verdade vos canto Assim vos canto, e o acalanto Que nesta voz eu entoo É bem do fundo da alma E vem do ser criador Ôh!, ôh!, ôh!... Ôh!, ôh!, ôh!