Eu sempre pintei numa tela Visão ao abrir a janela Da casa, de mim e o que vi sair dela Num tom que colore o que sinto A cor, olha a dor, o delírio A curva, a reta, a alma discreta Abstrato, um retrato, um picasso Coisa tão linda, o equilíbrio Eu discuto, eu converso Com a linha que traça o meu verso Poesia concreta é minha obra prima pintando o universo Que mais quero eu se vem de Deus Esse dom, essa meta que delata e não cessa Que mais quero eu se vem de Deus Esse tom de dar cor, dar o norte O meu mundo, o do amor Eu sempre poli minha pedra Eu dei a medida da terra Pintei por missão, da figura à oração Estampei no meu mundo a ilusão Busquei no meu coração, uma flor, um fulano O fantástico urbano