Queria se omitir quando a máscara caiu E não houve um pio a se manifestar O mal não tardou, todo mundo viu A verdade veio crua, chamou pra cear Emudecimento em resposta aos tiros Cidadão em formação que não lê o jornal Pra ter o bolso cheio e dormir tranquilo Releva o preconceito — concessão moral Quem se isenta da culpa, se ausenta da luta Não relata a menor indignação O silêncio dos bons é só o que se escuta E o futuro reitera em suas mãos Queria omitir sua ignorância Sua intolerância, e a sua preguiça Agora a realidade chamará pra dança E o passado avança, cheio de cobiça Quem hoje clama por pragmatismo Só aceita alternativa (blasé) liberal A um passo do centro tudo é extremismo Tudo é sofismo, tudo é igual Quem se isenta da culpa se ausenta da luta Nem emite nota de repreensão O silêncio dos bons é só o que se escuta Apatia coletiva em forma de isenção Quem se isenta da culpa, se ausenta da luta Não relata a menor indignação O silêncio dos bons é só o que se escuta E o futuro reitera em suas mãos