Rebeca Lane

Mujer Lunar

Rebeca Lane


Ni dios ni patria ni marido ni partido
Así es como nací así es como he vivido
Desde que mamá me parió a este mundo
Marcaron con rosado el color de mi rumbo
Pero mamá a mí me gusta el morado
Me gusta la poesía y la melancolía
No creo en cuentos de hadas ni en fantasías
No quiero ser de nadie yo quiero ser mía
Yo me cuento un cuento cada mañana
Abrí mis alas huí del paraíso con lilith y niñas malas
No creo en nadie que arriba esté juzgando
Soy dueña de mis actos voy improvisando

Soy mujer soy un ser lunar
Cambio como la luna de blanca a oscura
En mi vientre llevo la simiente
De mi útero nació toda la gente
Es mi sangre mensual menstrual
De donde nace la vida no de tu costilla
No vine al mundo para hacerte feliz
Ni que tus golpes me dejen cicatriz

Han pedido de mi que sea casta y pura
Que no tenga deseos y que no me quepa duda
Que mi felicidad está en la cocina
Haciendo guisos que engañen mi autoestima
Debo aspirar a estar encadenada a una casa
Estar casada con lo mejor de mi casta embarazada
Parirle hijos al sistema y si la tripa aprieta
Aprender a vivir callada la pobreza
Por cada golpe que me das se conmociona el universo
Por eso yo me defiendo por eso yo no acepto
Los príncipes que vienen a salvarme
Con piropos y dinero vienen a insultarme

Soy mujer soy un ser lunar
Cambio como la luna de blanca a oscura
En mi vientre llevo la simiente
De mi útero nació toda la gente
Es mi sangre mensual menstrual
De donde nace la vida no de tu costilla
No vine al mundo para hacerte feliz
Ni que tus golpes me dejen cicatriz

Por tener cuerpo de mujer me creen tierna
Pero me dicen perra si en la calle enseño pierna
Más que esposa la gente anda buscando una sirvienta
Mejor si calladita y con piernas abiertas
Yo soy fruta completa no busco media naranja
No soy puta ni soy santa soy lo que me da la gana
Aspiro a ser tratada como humana es lo mínimo
De este delirio colectivo me emancipo yo abdico
No asumo roles que estén preestablecidos
No te amo por tu sexo sino por lo compartido
La libertad es cuando ya no hay etiquetas
El puño en alto para celebrar a las guerreras

Como en la montaña están las guerrilleras
Como en el micrófono hoy están las raperas
Sobrevivientes de violencia mamás solteras
Hermanas feministas del planeta tierra

Nem deus, nem pátria, nem marido, nem partido
Assim é como nasci, assim é como tenho vivido
Desde que minha mãe me pariu neste mundo
Marcaram com cor-de-rosa o meu curso
Mas mãe eu gosto de roxo
Gosto da poesia e da melancolia
Não acredito em contos de fadas nem em fantasias
Não quero ser de ninguém, eu quero ser minha
Eu me conto uma história todas as manhãs
Abri minhas asas, fugi do paraíso com Lilith e meninas más
Não acredito em ninguém que acima está julgando
Sou dona dos meus atos, vou improvisando

Sou mulher, sou um ser lunar
Mudo como a lua, de branca a escura
No meu ventre levo a semente
Do meu útero nasceu toda a gente
É meu sangue menstrual mensal
De onde nasce a vida, não da sua costela
Não vim ao mundo para fazê-lo feliz
Nem que seus golpes me deixem cicatriz

Pediram-me que fosse casta e pura
Que não tenha desejos e que não tenha dúvidas
Que a minha felicidade está na cozinha
Fazendo ensopados ​​que enganem a minha autoestima
Devo aspirar estar acorrentada a uma casa
Estar casada com o melhor da minha casta, grávida
Parir crianças ao sistema e se o intestino aperta
Aprender a viver calada na pobreza
Por cada golpe que me dá choca o universo
Por isso eu me defendo, por isso eu não aceito
Os príncipes que vêm para me salvar
Com elogios e dinheiro vêm insultar-me

Sou mulher, sou um ser lunar
Mudo como a lua, de branca a escura
No meu ventre levo a semente
Do meu útero nasceu toda a gente
É meu sangue menstrual mensal
De onde nasce a vida, não da sua costela
Não vim ao mundo para fazê-lo feliz
Nem que seus golpes me deixem cicatriz

Por ter corpo de mulher acreditam que sou terna
Mas me dizem "puta" se na rua ando
Mais do que esposa as pessoas estão procurando uma empregada
Melhor se caladinha e com as pernas abertas
Eu sou fruta completa, não busco meia laranja
Não sou puta nem sou santa, sou o que me der vontade
Aspiro a ser tratada como humana, é o mínimo
Deste delírio coletivo me emancipo, eu abdico
Não sigo regras que estejam pré-estabelecidas
Não te amo por seu sexo e sim pelo compartilhado
A liberdade é quando já não há rótulos
O punho ao alto para celebrar as guerreiras

Como nas montanhas estão as guerrilheiras
Como no microfone hoje estão as rappers
Sobreviventes de violência, mães solteiras
Irmãs feministas do planeta Terra