Ni dios ni patria ni marido ni partido Así es como nací así es como he vivido Desde que mamá me parió a este mundo Marcaron con rosado el color de mi rumbo Pero mamá a mí me gusta el morado Me gusta la poesía y la melancolía No creo en cuentos de hadas ni en fantasías No quiero ser de nadie yo quiero ser mía Yo me cuento un cuento cada mañana Abrí mis alas huí del paraíso con lilith y niñas malas No creo en nadie que arriba esté juzgando Soy dueña de mis actos voy improvisando Soy mujer soy un ser lunar Cambio como la luna de blanca a oscura En mi vientre llevo la simiente De mi útero nació toda la gente Es mi sangre mensual menstrual De donde nace la vida no de tu costilla No vine al mundo para hacerte feliz Ni que tus golpes me dejen cicatriz Han pedido de mi que sea casta y pura Que no tenga deseos y que no me quepa duda Que mi felicidad está en la cocina Haciendo guisos que engañen mi autoestima Debo aspirar a estar encadenada a una casa Estar casada con lo mejor de mi casta embarazada Parirle hijos al sistema y si la tripa aprieta Aprender a vivir callada la pobreza Por cada golpe que me das se conmociona el universo Por eso yo me defiendo por eso yo no acepto Los príncipes que vienen a salvarme Con piropos y dinero vienen a insultarme Soy mujer soy un ser lunar Cambio como la luna de blanca a oscura En mi vientre llevo la simiente De mi útero nació toda la gente Es mi sangre mensual menstrual De donde nace la vida no de tu costilla No vine al mundo para hacerte feliz Ni que tus golpes me dejen cicatriz Por tener cuerpo de mujer me creen tierna Pero me dicen perra si en la calle enseño pierna Más que esposa la gente anda buscando una sirvienta Mejor si calladita y con piernas abiertas Yo soy fruta completa no busco media naranja No soy puta ni soy santa soy lo que me da la gana Aspiro a ser tratada como humana es lo mínimo De este delirio colectivo me emancipo yo abdico No asumo roles que estén preestablecidos No te amo por tu sexo sino por lo compartido La libertad es cuando ya no hay etiquetas El puño en alto para celebrar a las guerreras Como en la montaña están las guerrilleras Como en el micrófono hoy están las raperas Sobrevivientes de violencia mamás solteras Hermanas feministas del planeta tierra Nem deus, nem pátria, nem marido, nem partido Assim é como nasci, assim é como tenho vivido Desde que minha mãe me pariu neste mundo Marcaram com cor-de-rosa o meu curso Mas mãe eu gosto de roxo Gosto da poesia e da melancolia Não acredito em contos de fadas nem em fantasias Não quero ser de ninguém, eu quero ser minha Eu me conto uma história todas as manhãs Abri minhas asas, fugi do paraíso com Lilith e meninas más Não acredito em ninguém que acima está julgando Sou dona dos meus atos, vou improvisando Sou mulher, sou um ser lunar Mudo como a lua, de branca a escura No meu ventre levo a semente Do meu útero nasceu toda a gente É meu sangue menstrual mensal De onde nasce a vida, não da sua costela Não vim ao mundo para fazê-lo feliz Nem que seus golpes me deixem cicatriz Pediram-me que fosse casta e pura Que não tenha desejos e que não tenha dúvidas Que a minha felicidade está na cozinha Fazendo ensopados que enganem a minha autoestima Devo aspirar estar acorrentada a uma casa Estar casada com o melhor da minha casta, grávida Parir crianças ao sistema e se o intestino aperta Aprender a viver calada na pobreza Por cada golpe que me dá choca o universo Por isso eu me defendo, por isso eu não aceito Os príncipes que vêm para me salvar Com elogios e dinheiro vêm insultar-me Sou mulher, sou um ser lunar Mudo como a lua, de branca a escura No meu ventre levo a semente Do meu útero nasceu toda a gente É meu sangue menstrual mensal De onde nasce a vida, não da sua costela Não vim ao mundo para fazê-lo feliz Nem que seus golpes me deixem cicatriz Por ter corpo de mulher acreditam que sou terna Mas me dizem "puta" se na rua ando Mais do que esposa as pessoas estão procurando uma empregada Melhor se caladinha e com as pernas abertas Eu sou fruta completa, não busco meia laranja Não sou puta nem sou santa, sou o que me der vontade Aspiro a ser tratada como humana, é o mínimo Deste delírio coletivo me emancipo, eu abdico Não sigo regras que estejam pré-estabelecidas Não te amo por seu sexo e sim pelo compartilhado A liberdade é quando já não há rótulos O punho ao alto para celebrar as guerreiras Como nas montanhas estão as guerrilheiras Como no microfone hoje estão as rappers Sobreviventes de violência, mães solteiras Irmãs feministas do planeta Terra