E só de estar no corre, a rua é certa Ali tem um viaduto, chama a luta, no final, cruza com a praça Do progresso do lado do beco da conquista Vai lá ver se eu tô na esquina Numa dessa, vai que sai um feat A via é de mão dupla, pra nóis que não tá nessa porra por hype Vida longa, rap sujo, pau no gato Paparazzi quer meu flash, e a polícia sempre embaça Nossa banca é papo de assalto e fumaça Morte ao Jack da quebrada, Ave Maria! Cabe produs na madruga, e nóis destrava Outra noite mal dormida, outro som bom na cartola E aquela sensação não passa Amanheceu, e as Dona Elvira entra nos bolso dos cachaça Marmiteiro, lousa branca, língua, preto, Condes Dráculas na fava Até amanheceu de novo, é lua cheia, vem, e elas tão de graça Minha muier já mandou o mapa, de mensagem Achando que eu tô com uma desgraça, de um rabo de saia Uma garota desalmada, tem da fava daquele modelo E amanheceu de novo e eu corto a depressão na máquina Mas outra vez, anoiteceu de novo, e nóis tá contendo da fava, daquele modelo monstro Dog, mano das Arábia é o Radha, papo RCK na área, Danielzin E o beatmaker com nóis, vem catraca de responsa É primeiramente, respeita minha área, Zona Leste, é VP, então vem que vem mas não RCK, nóis se econtra, usa, grava Daquele modelo, Radha das Arábia, fala O gordin da COHAB com nóis, sabe, passa Família daquele jeito, vem, fala! Quatro preto no Uber Black, um cana preto nos para Quem diria? Se a nagô fosse Chanel, não pararia! Situação corriqueira, correria a propria Leões gargalhando, hienas na cova Não chame de lar, se é alojamento A todos irmão que tão privado, lembre O Sol ainda brilha dentro Aposto no tempo, ou fuzilamento Mar' nas duas opções solução é quase um lamento E o que ten'me livrado, voltar pro centro Um rolé no quarteirão, ver meu bairro e seguir o exemplo Mudar o cedo e honrar o velho Pros novin que quer se ver Nóis é espelho, assim ser eterno Entender o processo No fim das contas, hip hop é igual Jesus Loiro dos olhos azuis Falei mermo Pode pá que o tempo vai abrir Tempestade, nói vamo buscar Por aqui tá normal, sempre assim E eu conheço, a chuva vai passar Favela sinistra, e na madrugada Filha da puta forja a mulecada Se eles te ver, nem tenta correr Tiro nas costa, não paga pra vê Sistema é oito ou oitenta amigo Imagina a mente do menino A ordem é apertar o gatilho Pretos no carro do ano é bandido E eles não querem nos ver vencendo Melhor, não fico vendendo Mano Hick, o terror dos tempos E ainda tiro os meus do veneno Terceiro milênio, querem prêmios, primatas técnológicos Vejo a paz privatizada com discurso ecológico Mas gente morrendo só tem na quebrada E animal vivo só tem no zoológico Os alma vazia lutando sem nada e a favela cheia com verme com ódio Como é que pode? Como é que foge sem estudo? Como é que vive? Se a escola já não tem verba E os amigo só entende de crime Mundo é sublime, e mala de sobra Falando muito com pouca bagagem Mas ser o melhor nunca foi o intuito Se é o pior lá pra comunidade Por isso eu me viro no corre com os mano que soma pra sua memória Com a fita exata que eles registra', querendo que a gente não saiba de nada Eu fiz pelos meus, cultura de rua, não midiática! Eu quero o povo com o melhor, não só com o mínimo e a básica! E pra que a mente não dê nó, tirem ela da caverna Nem tudo que reluz é ouro, nem todo nóia é de pedra Nem toda luz ilumina, ó o giroflex na favela E se eu esperar pelo governo, eu morro na fila de espera Não forço sentimento, mas também não falo merda Eu nunca fiz som de momento, minhas obras são eternas Não pago do que não sou, aqui mentira nem tem perna Eu não vou ser dublê de rico, e viver pagando parcela! E do memo lado do mapa, bebeno a mema garrafa Deitando os bico no tapa, duas ruas sujas, criaka E vão lembrar de mim assim, nunca são, gangueiragem Mais de mil que tão por mim, nóis por nóis, sem massagem O baile ferve, nóis tá tipo nem esquenta! Quebrando as viela abaixo, de 660 Desce o cometa, sobe o cavalão de Tróia Prefiro trombar o capeta, que quatro porco na nóia Se jogam móia, aqui passagem, aqui não falta E a taxa de desemprego explica a violência alta Se abaixa jão, não abraça ideia de rato Meu cartel é cabuloso, nóis chega e toma de assalto Vai pula alto, e se incomoda os conivente Tipo cidadão de bem, mas que nunca olhou pra gente Me sobra uns pente, a disposição tá tendo Pra fazer ladrão de terno provar do próprio veneno Mundo pequeno, igual nossa perspectiva Desculpa por tanto ódio dentro dessa narrativa Filho do risco, eu já nasci com alvo nas costas Eu canto o que cêis não vive, é por isso que cêis não gosta Pode pá que o tempo vai abrir Tempestade, nói vamo buscar Por aqui tá normal, sempre assim E eu conheço, a chuva vai passar