Raul Torres

Sertão do Bem Amado

Raul Torres


Ai, ai meu Sertão do bem amado
Mangueira grande e pouco gado

Eu quando faço meus verso
Faço eles bem Trovado
Eu faço versos de quadra
Deixo eles enquadrado
Faço versos no repente
Quanto tô meio arterádo
Se quisé canto ligeiro
Também canto compassado

Já fiz coisa neste mundo
Que me deixa admirado
Já entrei no mato seco
Cortando pau com machado
Depois fiz uma viola
Prá fazê este recortado
Prá dançá moda minêra
No sistema recortado

Canto moda nova
Moda veia tá de lado
Cantadô que me conhece
Fica logo atrapaiádo
Se o cabra não tivé peito
Não dá conta do recado
Cantadô nas minhas unha
Fica todo aporreado

Sei de muitos cantadô
Que se diz muito afamado
Se quisé cantá comigo
É só me mandá recado
Aqui vai meu endereço
Guarde ele bem guardado
Eu moro numa baixada
No sertão do bem amado