Raul Torres

Saudade do Rio Pardo (part. Azulão)

Raul Torres


Enciei o meu cavalo
Meia-noite fora de hora
Fui passeá lá no Rio Pardo
Onde que a Jorgina mora

Amarrei o meu cavalo
No meio da corredêra
Fui cunversá com a Jorgina
Cunversemo a noite intêra

Deitado no colo dela
Um sono que ressonava
Para mim já parecia
Que neste mundo eu não tava

Deitado no colo dela
Lembrando os tempo passado
Por causa dos amor novo
O véio tá desprezado

Perguntei da vida dela
Ela se pois a chorá
Adeus meu cravo da índia
Que agora vou te deixá

O anér que ela me deu
Foi feito lá na cidade
Saiu largo no meu dedo
E apertado na sôdade

Quem quisé comprá suspiro
Vá lá em casa que eu dô dado
Lá tem um pé de suspiro
Que dá suspiro dobrado

No alto daquele tronco
Olha a beleza que tem
No céu grande, na riqueza
Como um novo alvorecer