Raul Seixas

Liberdade

Raul Seixas


Nascer horrendo, triste, cego e louco
Sem mãe, sem pai, sem fé, sem nada
Um pouco de lama, abandonado no caminho
Sem ter de meu, um gesto de carinho

Nascer assim, até aguento
Desde que eu possa
Nascer livre
Nascer livre

Viver desconhecido, iludido, desprezado
Beber do ódio, amargo vinho
Viver sem um amor, viver sozinho

Viver assim, até aguento
Desde que eu possa
Viver livre
Viver livre

Morrer ser o momento da partida
Brotar uma lágrima mesmo que fedida
Morrer abandonado no caminho
Sem ter de meu um gesto de carinho

Morrer assim, até aguento
Nada me importa
Mas tem que ser livre
Tenho que ser
Tem que ser livre
Tenho que ser
Tem que ser livre