Olho os espaços, finos retratos De tudo que há aqui Vem um desejo que desconheço Que se apodera de mim Vem uma nota que ainda torta No rascunho ela passa a surgir Vem uma melodia quase que sofrida Querendo das cordas sair E vem um canto Querendo deslanchar E vem um canto Que nem rosa desabrochar Saio nas ruas que já obscuras Nada têm a me dar Olho a multidão que já sem coração Não pode e não quer me ajudar Vou à praia de forma insensata Tentando encontrar E quando encontro choro aos prantos Em frente à lua, em frente ao mar Eu canto Tudo que pode e se deve achar Eu canto A natureza desse lugar Canto em cada canto Canto o que vejo Canto em cada canto O que quero encantar Canto as estrelas do céu Ou canto as estrelas do mar Canto as luzes e os ventos Ou sol que logo cedo há de me banhar