Anos e anos no deserto, com pouca esperança, quase nenhuma Incerto, depositei o peso da minha cruz na leveza da escrita de uma pluma Abram-se os mares que eu quero passar Pique Hamilton com mil tons de cinza no olhar Porque será que a corrente dos irmãos causa aversão Mas a nos pés dos meus ancestrais, não? Ás em ação no fonema Pra incomodar os comédia, igual o Sabotage no cinema Roubando a cena, apenas fatos Pagando o pato enquanto vocês brincam de Pôncio Pilatos Ratos! Vi os grilhões e sermões dos senhores que fizeram tantas nações de cobaia Pregando humilhações, mas se o mundo presta congratulações a miséria, eu prefiro a vaia To tipo more fire de Bob em Kaya Guiando a laia, permaneço de atalaia Sem riso frouxo pra humorista Que só se acha engraçado se fizer uma piada racista E dependendo do ambiente é assim Rashid o artista ou só mais um pardim Em vista a quantos iguais a mim Não pisam nem no jardim por não ter a cara na revista, enfim Mas não se resolve um problema Se não se assume o problema Tipo Colônia em Barbacena Pondo os pingos nos I’s, chegamo igual os pingos nos U’s, trema Difícil é amadurecer Seu ego não pode ser maior do que o que cê tem pra oferecer Eis a revolução interna A luta é longa mas a glória da vitória é eterna Êxodo, tire o peso dos Nossos ombros e Me ajude a sair Daqui Eis que a liberdade bota a cara em minha janela e diz Você não pode ser escravo de ninguém, ouviu? Nem de si mesmo, ou de ideias antigas que não pertencem a um ser humano que evoluiu Pois pra se libertar é necessário reconhecer a prisão Afinal, falsa liberdade é a pior escravidão Viemos de anos luz da melhora, de trilha sonora um Blues Marchando rumo ao topo, tipo o Jordan no Bulls Convivendo com o lixo, o luxo seria um plus Mas do que quebrar regras, queremos quebrar tabus Sem atalho ao contrário do ProTools Fazendo da voz um instrumento a la Babylon by Gus Entendem? Cês tão preocupados com a marra e eu com as amarras que nos prendem Vendem conceitos e pré-conceitos Teus carrinhos tão cheios e eles satisfeitos Mundão suspeito e precoce Ninguém mais quer fazer parte, quer tomar posse Quando eu vim de Minas Gerais Não foi porque era ruim, na verdade era bom até demais Mas algo me dizia e ainda diz que era necessário mesmo Todo o sacrifício que eu fiz Sem grana ou conforto, o caminho mais torto, sem farol ou porto Ninguém me responde Porque é indigesto vencer sendo honesto Tão raro que o gesto te torna um monge Cuidado que a pressa é que diz quem tropeça, atento vou nessa Sabendo bem onde Ponho meus pés com firmeza, morô? Porque eu não quero chegar rápido, eu quero chegar longe Êxodo, tire o peso dos Nossos ombros e Me ajude a sair Daqui