Um milhão de sorrisos que foram apagados Gritos de esperança no peito silenciados Sonhos e planos que foram arruinados Mais um filho saindo dando seu último abraço Até quando nas ruas seremos exterminados Me diz qual o preço que ainda falta ser pago Mulheres violentadas crianças abortadas Até quando Marielles serão assassinadas Me fala quantos pretinho morreram por rajada Quanto sangue mais precisa escorrer nas arquibancadas Pra ver que vingança ódio não leva a nada É nós por nós desde o início não mudou nada Á mesma hierarquia no tempo das costas marcadas Tem sangue por baixo da rodovia recapiada Seis quer falar de dor é só olhar pra trás Navio negreiro correntes, no mar nossos ancestrais Tiraram e tiram nossa esperança até hoje Hoje em dia gás bala de borracha Na antiga era açoite Mais de 500 anos de caminhada Periferia becos vielas, senzalas não mudou nada Dinheiro bens tecnologia ainda separa Corrida contra o tempo pra encher a conta bancária Humanidade fantoche Manipulação em massa Vivemos de status sociais e fotos postadas Esqueceram que as coisas mais valiosas São de graça Chegou o tempo soldado levanta e marcha Erga cabeça enxugue suas lágrimas Começou a revolução por nós tão esperada Entre as batidas dos shows do rap, anunciava Que se for nós contra nós não ia sobra nada A guerra não acabou me entregar não posso não vou Pois no final sei que o amor pode vencer a dor Quantos Mais Pelas Ruas Iram cair Quantos manos ainda não tem motivos pra sorrir Só peço a Deus que nos proteja todo em dia E guarde nosso povo da periferia