Rap Box

Tubarões

Rap Box


Matheus Coringa

No meu quarto eu choro sangue, aqui eu cuspo fogo
Vivemos de aparência, assim que gira o jogo
É o famoso hype, Happy e Pulante
Grillz na minha boca muda o meu semblante
Dessa cena eu não sou bem vindo, eu sou tipo o Maguila
O qual te aniquila, espanco um por um na rima
Pode fazer até fila, o underground predomina, é
Mais macabro do que um Zé gotinha
Dando vacina, meu rap é difícil de morrer (De morrer)
Chamo ele de bruxo Rasputin (Rasputin)
E mais pesado do que a bunda da Rasputia
Se teu show só dá baixinhos vai tocar na Xuxa
Buxa, cê quer uma beef comigo?
Logo eu, Doctor Hannibal, meu consagrado
E último conselho pra tu
Coma merda, mas não seja um merda a la Bolsonaro e tchau tchau

Então corta na cabeça e põe no estúdio
Sou meu rap o tempo inteiro
Isso pra mim religião, truta, eu chacoalho o tempo inteiro
Vai dar dó, ó, cria do prol que está na casa
Eu aprendi com os tubarão, truta, cê é peixe de água rasa
É que paga, mas espanta, quando vê o chifre do cervo
E depois quer comer da janta, isso que pega no meu nervo
Tampa o sol com peneira e o jornal fica atrás de furo
No lugar onde a regra é clara e só se aplica em quem é escuro
Top 1, cinco neguin' ocupa até o décimo
Avançado desde o início, MC puto pede acréscimo
Maldito, convencido serve de apelido
Eu sempre rimo como se eu tivesse tido um dia péssimo
Bicho numa ficha com uma assinatura icônica, uma piada irônica demais
O medo é cativante, bonito e relevante
Então na de testar meu Gandhi, fi, cês nunca são capaz, não
Mando os capataz, vão, se inclina pra trás, jão
Isso é DM Gang, tio, se depender de mim esses corvo morre de fome

Pra ser breve, o dever, ninguém deve
Pra que serve? Olha onde a gente teve
Quem se serve sabe de onde vem, eu também
BH no mapa, ficou chato pra quem
Não tem visão, assistia à demissão do padrão
Como insistir na intenção, coração
Como se tá jogado no chão, não tem dono
Alguém perdeu mais uma coroa, mais um trono
Eles tão preso no jogo, nós ’tamo solto no mato
Com olho aceso no fogo, levar a tocha é chato
Abracem as câmeras
O mestre Kami Rasta me ensinou um Kamehameha
Sem punchline clichê, mano, soco não segue a linha
Evento line de sempre, violão e ladainha
Quando morei no centro vi que o mundo é rinha
Verdade, até sua mina cê ganhou com rima minha
Dois anos atrás nem estúdio nós tinha
Hoje eu ganhei um bom dia da minha vizinha
Mas isso não vira vaidade
Quando vai a idade, vamo acertando onde o pé caminha

Não sou o hype, sou o raio
Que destrói, que arde
Para, para tudo que cê tá escutando
Se não veraz, Caetano, saberás que estás panguando
BH na frente, que houve? Não é agora nem de hoje
MCs diferenciados desde a época do TV Cruj
Originais flap bust, tipo Tyler, tipo Oaf
Aprenda a diferenciar tipo MPB e folk
Taca fogo nos filhos da Babilônia
Ninguém vai passar na fronteira da Amazônia
Taca fogo nos filhos da Babilônia
Ei, sobre política
Eu não vou votar, nem no dia e eu votar
Vou vetar quem for votar, nem meu vou votar
Vou dar meia-volta e vou voltar
E se um dia eu for votar, ei
Vai ser nu
Eu não vou votar, nem no dia e eu votar
Vou vetar quem for votar, nem meu vou votar
Vou dar meia-volta e vou voltar
E se um dia eu for votar, ei
Vai ser nu

Vocês fecharam as porta e a gente escancarou de novo
Não adianta vim contar pra nós esse caô de novo
Não precisamos mais, não, não, não
Não precisamos mais, não, não, não
Não precisamos mais
Deixa que nós pega e faz