Quando alguém me chama de caipira Me orgulha e não tira o direito que eu tenho De vestir esse meu jeito simples E nem de falar com o sotaque que eu tenho Eu sou filho de um homem da roça Que com as mãos grossas pelo seu empenho Fez de mim um caboclo educado Orgulhoso e honrado por vir de onde eu venho Eu sou filho do interior Onde mora o amor e a simplicidade Nossa terra exporta tesouro Alimento é o ouro que vai pra cidade Meu estilo é motivo de risos Mas lá onde eu vivo é a universidade Onde um homem aprende na lida O valor que a vida tem de verdade De onde eu venho, sem luxo e enfeite A caixinha do leite é a teta da vaca O meu peixe não vem congelado Eu pesco no lago, ao pé da cascata Lá em casa temos muita água E nada se paga, ela vem pela calha Majestosa, ela desce da serra E por cima da terra abundante se espalha Com meu pai aprendi que plantar É fazer germinar uma vida no chão Com meu velho aprendi o valor De plantar o amor pra colher união Aprendi que não chega na frente Comendo a semente pra se alimentar O caráter o homem não compra Se colhe o que planta, e o caipira sabe plantar