Rosa, morena galante É um mimo, é um brilhante A filha do tio Braz! Ontem fez-me uma surpresa Entrou-me com ligeireza Pela porta de detrás! Achei bom o tal brinquedo Mas, caluda! Tenho medo Pois bem sabe, sou rapaz E me arrisco a ser pegado Com a Rosa, que é meu pecado! (Aonde senhor?) (Ora, você não sabe?) Pela porta de detrás Eu cá sou velho... Na estrada! Tive a vida atrapalhada Já fui até capataz A menina é bem esperta E eu quero viver alerta Pela porta de detrás! O velho tio é decente E tem fama de valente! E o velho é muito capaz De fazer-me em mil pedaços Se avistar nossos abraços (Haha!) Pela porta de detrás Rosa é “quente como brasa”! Eu cá, em fazendo vasa Dou chamas como aguarrás Nada enjeito! Não chamei-a Nem mandei fazer-me ceia Pela porta de detrás Vou gozando o tal petisco Inda mesmo em grande risco De um dia o tal ferrabrás Ao notar algum bulício Vir fazer um estrupício (Ah, isso que ele sai corado!) Pela porta de detrás Enquanto ele não descobre Eu vou passando por nobre Jogando de sota e az! Rosa é sereia encantada Que me afaga apaixonada Pela porta de detrás! Já quis mudar de morada Temendo uma trovoada Daquele velho sagaz Mas Rosa pede-me em pranto Deixa amar-te, meu encanto Pela porta de detrás! Agora que, terminado Tenho este meu engrolado Vou fugir: É só traz! Zás! Se fiz papel indecente Vou fugindo de repente Pela porta de detrás!