Eu sou da terra de um Sol de brasa Seus raios trago nos olhos meus Na trança negra trago reflexos Das estrelinhas lindas dos céus Meus alvos dentes lembram os toques Da branca Lua, pura, sem véus Estes encantos que em mim se notam Não são fingidos, são naturais Meu garbo altivo lembra a sublime E verde copa dos coqueirais Onde a jandaia seus cantos solta Notas plangentes, doridos ais No peito eu sinto um vulcão de amores E não’alma sinto do gênio o arfar O peito diz-me que a vida é flores A alma murmura: Gozar! Gozar! Meu céu é lindo! Que Lua bela! Que Sol tão quente! Que verde mar! As bancas todas de mim não gostam Voltam-me o rosto se vou passando E eu nem reparo na raiva delas Passo sorrindo, cantarolando Todos os moços me chamam linda E a muitos deles vou namorando Vou desfrutando esta mocidade Sendo querida, querendo bem! Ser cearense é felicidade Quanta alegria minh’alma tem! Adoro a pátria meu berço róseo Não volto o rosto caminho além