Cearense vai ao Norte Cearense vai ao Norte Sonhando áureo Castello Sai d’aqui robusto e forte De lá, se escapa da morte Volta magro e amarelo Sai d’aqui robusto e forte Volta magro e amarelo Quando ele d’aqui embarca Vai descalço e quase nu Leva um cacete, uma faca Uma rede e velha maca Quando volta traz bahú Leva uma rêde e uma maca Quando volta traz bahú Vai de camisa e ceroula Às vezes rasgada em tira Vem de lá todo paixola De chapéu de Sol e cartola E terno de casimira Vem de lá todo paixola Em terno de casimira Por vantagens tão pequenas Qual loucos desmiolados Deixam as plagas amenas Embarcam d’aqui centenas Voltam quatro acesoados Embarcam d’aqui centenas Voltam quatro acesoados Eu por isso vou sofrendo Esta terrível pobreza Vou chorando, vou gemendo Mesmo pobre vou vivendo Não invejo tal riqueza Mesmo pobre vou vivendo Não invejo tal riqueza