No calor do aperreio Nascido à luz do Lampião Vidas secas por justiça E rachadas feito o chão Saquei um verso amuntado no cavalo Poesia no gatilho, a quadrilha num estalo Anuncia Virgulino E o gado amedrontado Com medo de quem não teme ninguém E parte pro além só na covardia Vixe Maria, que má querença Cada cabeça no sertão uma sentença Tinhoso teimoso que só Valente que chega a dar dó Respeite o rei do cangaço Ou num instante eu te asso E no inferno dou um nó Tinhoso teimoso que só Valente que chega a dar dó Essa brasa que me arde só impera por um triz Eu nunca vi excomungado ser juiz Tentei entrar no céu Mas Pedro era São Fiquei ao léu, feito pagão Foi um escarcéu, um rebuliço Me leve novamente ao sertão Oh Padim Ciço, vou morar na poesia No resfolego da sanfona No barro que molda a vida Se quer saber do meu destino Ouça o que o povo diz Sou Vitalino No cordel da imperatriz Se achegue mais No meu torrão que tanto amo E plantei Ramos pra criar raiz Em romaria bonita cultura do meu país