Você, que não está nem ai Nem do lado de lá Saiba que em águas límpidas É mais seguro de se navegar Nem as mais turvas tormentas que o mar Esconde em seu profundo silêncio Serão capazes de me naufragar Eu, que já não piso aqui faz muito tempo Sinto jazer no vento o medo e o desespero Alento que emana desse porto gélido Cálida promessa de salvação O oceano é perigoso Se esconde cedo o sol desta manhã Espreita, capcioso Das profundezas, o leviatã Arguto, silencioso, fisga a âncora Se alimenta das carnes e das almas