Chamam-me miúdo, mas nunca pelo nome tenho doze anos, uma vida em solidão que se abre p'ra contar, o grito que vos passo a história de um puto, o diário de um não À escola eu nunca fui, não era preciso disse-me o meu pai, assim sem mais nem menos: "Oh filho tu não vês, que pobre tu nasceste a vida está lá fora, proibida para ti" Cedo me fiz homem, na força do trabalho pago dia-a-dia a minha liberdade os anos passam lentos, sem notar em mim tudo é vaidade neste mundo vão Hoje enfim eu durmo, a fingir o sono meus olhos de vidro, sempre bem abertos é tão triste ser actor, do meu filme mudo e afinal nada pedi, só queria ser menino