Silencio negro adentra a janela O cheiro podre encharca os pulmões Os velhos planos entopem as gavetas E a cidade continua... Tantas metades, tantos moldes, tantos projetos - tudo lixo Incompleto, inacabado, tanto tempo - tanto nada! Será que era assim que Ródia se sentia??? A noite teima em acobertar a consciência, mas algumas luzes permanecem acesas... Não me es fiel, oh maldita insônia, ao menos permita que alguém traga a cura Deixe que amanheça! E que a descrença no amanhã convença o hoje a brilhar O azul a muito virou vermelho O sangue seco começa a corroer O frio corta os pensamentos E a cidade continua... Tantas ruas, tantos cacos, sangue seco, gritos mudos Nos jardins brotam muros, tanto medo tanta raiva Na cidade cada vez mais cinza, cada vez mais... Deixe que amanheça! E que a descrença no amanhã convença o hoje a brilhar