O grito ecoa pela rua Veio ao mundo com seu ato mais divino Brutalizando a vida de mais um menino Chega no mundo já largado e fudido Numa família de seis filhos esquecidos Nasceram todos jogados na calçada Sem estrutura para nunca terem nada Que vê na pedra sua única saída Pra esquecer o seu futuro nessa vida Mais um fantasma nasceu Quem são os flagelados que não tem direito a vida? (Quem são) os verdadeiros culpados por cada criança esquecida? Nem tem direito de escolher Quem tirou todas as chances desse rapaz? O que tirou todas as chances do “maluco” sonhar? Quem já nasceu sem condições de viver E se alguém fosse ajudar esse rapaz? E se o estado desse chance pro maluco sonhar? Quem já nasceu sem condições de viver será um animal Desacreditado Não teve chance e não tem nada a perder Mais um refém da droga e "peca" para não morrer Terá sorte se sobreviver E quem vai acreditar que ele só quer é paz Ele vive a infância inteira andando entre as sombras E todo dia é matar ou morrer A culpa dessa porra é um sistema desprovido Que julga as pessoas sem ao menos ter nascido E usa a nossa grana pro seu próprio prazer A pedra come a alma e banca todos no poder Tente sentir a fome, o frio desse rapaz Cidade dorme e ele fuma tudo o que é capaz Quem já cresceu sem condições de mudar Tente sentir o inferno desse rapaz Querendo se matar toda vez que a brisa passar Quem já cresceu sem condições de tentar É mais um zumbi na rua Não, acabou o grito de ajuda Não, foi atraído pela Medusa Olhe no olho do menino Sua alma ele perdeu mas está vivo Sinta o seu tremor desesperado De um menino que já nasceu calado Vermes exploram até quem tá fudido Irão comer a sua carne e seu instinto Pra sociedade é um caso perdido Será julgado por não ter direito a raiva Chutado e amassado feito lata! E o sangue escorre pela sala Coagula feito pedra Na realidade é um “nada” Na sua “brisa” ele reina Bem vindo ao mundo do horror A sua “brisa” te alimenta e alivia a dor Irá pagar pelos crimes que não fez Ou condenado por um crime que o sistema fez Bem vindo ao mundo do horror A sua “brisa” te alimenta e alivia a dor Irá pagar pelos crimes que não fez Ou condenado por um crime que o sistema fez