Brotam ainda gramíneas nas calçadas Alguns cactos armazenam água potável O ontem escapou por entre meus dedos E temo que com o hoje aconteça o mesmo A falta que sinto do que não conheço É menor que a saudade da noite passada E maior que o torpor de não ter paciência Pra viver nesse abismo que é a sua ausência Mas agora eu sinto as asas cansadas As escamas estão sujas e os olhos doloridos Talvez eu caia nas águas geladas Mas não pousarei nos Estados Unidos Mas se o sistema não funciona Não nos impressiona Na floresta fomos trocar ideia com os gnomos E até quando E até quando As fadinhas vão deixar De fazer os seus encantos? Se o sol do céu some, não sei Se sois vós meu céu, não suma Que o céu é azul eu sei Mas se o sempre é agora, eu não sou E a calma da água afogou-se na alma Apaga-te sol, abandona-me lua Que no nada, nada sinto, de verdade nada tem Se Deus veio do nada De onde o nada vem? Mas se o sistema não funciona Não nos impressiona Na floresta fomos "trocar ideia" com os gnomos E até quando E até quando As fadinhas vão deixar De fazer os seus encantos?