Liberdade nago, que o negro cantou Chamou por paz e Justiça e o Lamento Clamou Superou a senzala, uma luta emplacava Sobreviver e viver, os pretos buscavam Através do Canto e na Palma da mão Foi assim que surgiu o nosso brasão Nossa bandeira de luta, ficamos marcados Enquanto nos difamam, tamo com o punho serrado Nosso canto supera o ódio frio dessa terra Qualquer medo que chegar a gente enterra Nessa guerra vazia de ideologia oca Nossa angustia e amor explode na boca Canta nego o doce prazer de viver O Olodum da sua fé será o amanhecer Sua cabeça é que te fará um novo Rei O nosso canto, nosso grito nosso Eparrey Canta nego Canta Cante pro seu Orixá Canta Nego Canta Nossa Voz vai ecoar É Brasil Jovelina, Negra Rainha Que mudou a história pra também mudar a minha Através do Encanto os negros cantam Buscando um orixá que trará sua demanda Se o negro canta não é por cifrão Na nossa história a derrota não é opção Com a Cartola na cabeça e o Riachão no pé Minha fé é Rainha Quelé No candomblé fez presença mostrou orgulho Se o Preto fala, outro cala, sem barulho Meu respeito Leci, Ivone, Bezerra O canto Negro é de vitória sem brincadeira Um Axé geral pros meus ancestrais Sofreram por demais e mesmo assim: Desistir jamais Canta negro, grita a vitória sem pudor O Canto Negro espanta a derrota, traz o amor