O espaço é escuro, o meu peso aqui é nulo Na promessa me seguro, a estrela dá o rumo Com o frio não me habituo L-U-O guerreiro do futuro Isolado por anos luz de distância Ninguém por perto com a mesma semelhança Entre lembranças de infância e a perserverança A loucura bate a porta, mas quem atende é a esperança Mande-a embora, não a deixe entrar Na minha cabeça para ti não há lugar Vulgar, é desfrutar, solitário o luar Vejo a lua e seu brilho Mas não vejo mães, não vejo pais, não vejo filhos É triste aqui nesse lugar, escuro todos os dias do ano De nada me adiantaria bolar um plano Sou só um insignificante exemplar humano Vulnerável a danos, saudade dos meus manos Sem companhia na gravidade zero Do que adianta poder flutuar se fracassamos Pra que voar se hoje eu sou singular Por mais que navegue nesse espaço nunca vou te encontrar Não há mais ninguém aqui pra se visitar. O espaço é escuro, o meu peso aqui é nulo Na promessa me seguro, a estrela dá o rumo Com o frio não me habituo L-U-O guerreiro do futuro Tenho todo o sistema solar e mesmo assim não sou feliz Passei muito longe de acertar, meu erro não foi por um triz Sem livros, amigos, doces ou videogame Meu coração se espreme, minha alma geme Ninguém me escuta, mesmo sem oponente é dura a luta Sem trabalho, mas me sinto cansado Meus ossos envelhecem aqui nesse lugar gelado Sei que o sol existe, pois eu enxergo ele ao longe Meus dentes rangem, porém não tô no inferno Duro vai ser lá, isso aqui não é eterno Dou a mim mesmo as boas vindas no mundo moderno E ele é diferente do que me disseram Sem estranhos animais, sem naves espacias Apenas luzes ao longe, perto e ao derredor Sei que tá ruim, mas poderia ser pior Último representante de uma raça que vai se extinguir Logo adoeço e fico velho Vou me decompor entre satélites e gás hélio Entre as estrelas, farei meu parém do cemitério. O espaço é escuro, o meu peso aqui é nulo Na promessa me seguro, a estrela dá o rumo Com o frio não me habituo L-U-O guerreiro do futuro Galáxias e galáxias De perto não têm tanta graça assim a Via-láctea Há dias que não durmo, de Urano a Saturno Chovem meteoros, lembram-me fogos Mas não acredito em meus olhos Que enxergam povos, rios e montanhas Meus ouvidos mentem quando ouço crianças Já vi Júpiter, passei por Marte Como a morte virá num derrame ou num infarte Eu penso nela, mas ainda estou vivo A crença na promessa me alimenta e mantém vivo Travo hoje a minha mais dura guerra Meus inimigos são a solidão E o tempo que enfrento nessa gigantesca atmosfera Que forma terrível de findarmos mais uma era A vida era bela na terra, agora já era Pintamos uma triste tela O ar tá escasso e minha mão gela Tudo tem um fim, então que seja assim Estou indo fazer agora o que ninguém mais pode fazer por mim O espaço é escuro, o meu peso aqui é nulo Na promessa me seguro, a estrela dá o rumo Com o frio não me habituo L-U-O guerreiro do futuro