Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão Procurei a noite na memória, procurei em vão Hoje eu acordei mais leve, nem li o jornal Tudo deve estar suspenso, nada deve pesar Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer Hoje eu acordei livre, não devo nada a ninguém Não há nada que me prenda Ainda era noite, esperei o dia amanhecer Como quem aquece a água sem deixar ferver Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro Até que a chama se acenda Verde, quente, erva Ventre, dentro, entranhas Mate amargo noite adentro Estrada estranha Nunca me deram mole, não (melhor assim) Não sou a fim de pactuar (sai pra lá) Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim) Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa) Mãos e coração, livres e quentes Chimarrão e leveza Mãos e coração, livres e quentes Chimarrão e leveza Ilex paraguariensis Ilex paraguariensis Ilex paraguariensis Ilex paraguariensis