Água de cheiro, amor No toque do tambor É purificação, magia Arruda e guiné, agô pra quem tem fé O meu tigre lava a alma na avenida O mar marejou a saudade A sua nobreza no cais aportou Escravizada, mas sem perder a identidade Pelas ladeiras da cidade de Salvador Tem quindim, caruru, vatapá Acarajé servido pro orixá Comida de santo, sabor do dendê Sagrada colina de reza e xirê E chegando no meu Rio de Janeiro Na casa de Ciata, o batuque de bamba Tinha festa, ritual mandingueiro No quintal nascia o samba Vou seguir a procissão Pedir a bênção a nossa senhora De todos os santos, andores, altares Trazer seu axé na fé dos milagres Taieira solta a voz, o povo a festejar Hoje o seu cortejo vai passar É você a força que resiste a chibata Em você vive a esperança de uma raça Óh, mãe baiana, derrame abô por essa terra O seu branco é luz Conduz a Porto da Pedra