Ê boi, vai boiada Pé no chão, couro queima, sede d'água Ei boy, sabe nada Guloseima, ritalina, sobra nada! Ando exausta porque meu pai trabalhou E finjo a sede que minha mãe sentiu Nunca vi a oca que minha vó morou Mas se me perguntarem digo que sou índia E esse olho azul herdei do meu avô Mais um privilégio que me transmitiu Só que cantar isso pros outro eu não vou Sofrer no picadeiro multiplica os views O medo é a prisão digital Nasce um messias por dia Dei tanto rolé que meu cartão zerou Fralda pra criança não vai existir Paguei de poeta e no final colou Fingi ser pai do ano em foto de perfil Esqueci da pensão e a mãe reclamou Desligo o celular só que geral me viu Ainda pagaram caro no livro que eu tô E as merdas que eu falei todo mundo aplaudiu Ê boi, vai boiada Pé no chão, couro queima, sede d’água Ei boy, sabe nada Guloseima, ritalina, sobra nada De todas as vezes que você lacrou Suas conclusões nunca chegaram aqui Debaixo dessa pele que nunca suou Só tem pose de selfie e um botão curtir Mas se essa cutucada aqui num te afetou Eu vou deixar mais uma antes de partir Cuidado com esses aplauso que cê conquistou Pra rede social não te excluir daí Ê boi, vai boiada Pé no chão, couro queima, sede d’água Ei boy, sabe nada Guloseima, ritalina, sobra nada