Ao fundo desta rua Vila em solidão Avenidas dispersas por portas, travessas Sem espelhos para ver o que são Na ronda das famílias Sem solução Apontando as falhas com grandes navalhas Sem saber de quem a razão As normas sociais São pura recreação Pela frente são todos tão bem e tão certos Mas por trás ninguém tem razão Voltar a ter, minha liberdade Contra o poder, a verdade Vivo, escolho por mim Voltar a ter, minha liberdade Contra o poder, a verdade Vivo, escolho por mim E vejo-os nesta vida De prostituição Ao largo do largo na tasca e no adro Têm todos bom coração Hipocrisia da inveja A corroer No supermercado ou na noite do fado Os segredos vão morrer Fujo para casa no alto Vou-me recolher Longe da terra da gente que levas E trazes para te conhecer Voltar a ter, minha liberdade Contra o poder, a verdade Vivo, escolho por mim Voltar a ter, minha liberdade Contra o poder, a verdade Vivo, escolho por mim