Antigamente o jumento Tinha muitíssimo valor Era um animal de carga Em todo e qualquer setor Só quem comprava um jumento Era rico sim, senhor Mas depois da invenção De carro e moto também O jumento não tem mais O valor de um vintém Procurando um jumento Ninguém hoje vê ninguém Ao invés de querer Andar num jegue montado O povo só quer andar Numa moto escanchado Ou então dentro dum carro Roncando pra todo lado Hoje você só ver moto E carro em toda praça Pelas ruas da cidade Num jumento ninguém passa O cidadão não quer hoje Um jumento nem de graça Mas para o caipira Matuto lá do sertão O jumento ainda tem Muito valor, meu irmão Ele não deixa jamais De usar o jumento não Ele monta no jumento Selado e vai pra feira Conduzindo na garupa Sua fiel companheira Pois pra o matuto o jumento É transporte de primeira O matuto também usa O jegue pra carregar Água e lenha de distante Para dentro do seu lar Para não morrer de sede E pra fome não passar No jumento ele traz Os produtos do roçado Pra casa e em casa deixa Um bocado então guardado E no jegue leva o resto Para vender no mercado No jumento o sertanejo Que mora lá no sertão Carrega barro e vara Pra fazer a construção Da sua casa de taipa Que pobre não faz mansão! Lá no sertão o jumento Ainda é valorizado Lá tem corrida de jegue Um evento organizado Com direito à troféu Pra o jegue classificado Outra prova bem real De que o jegue tem valor É que hoje tem frigorífico Aqui e no exterior Vendendo carne de jegue Só de jegue, meu senhor O meu poema termino Agora nesse momento Que eu fiz com muito amor Com carinho e com talento E o mesmo só falando Sobre o valor do jumento