Recordo ainda aquelas jornadas Cortando estrada lá no meu sertão Um carro velho e uma boiada Ali estava nosso ganha pão Meu dizia, meu filho, querida Vai ficar moço e vai ser carreiro Entusiasmado com a voz do velho Eu trabalhava como candeeiro Vai boi, vai Cabeça baixa na estrada empoeirada E o gemido dos cocões do nosso carro Se ecoava de quebradas em quebradas Porém um dia o meu pai ficou doente Parou o carro e não pode mais trabalhar Eu tinha apenas doze anos de idade Não tinha forças pra poder continuar E numa tarde quando cheguei da escola Vi minha mãe ajoelhada ali no chão Perto da cama e o meu pai quase morrendo E me pediu para cantar este refrão Vai boi, vai Cabeça baixa na estrada empoeirada E o gemido dos cocões do nosso carro Se ecoava de quebradas em quebradas Vai boi, vai