Abriu os olhos e encarou Os digitos pulsantes que ditavam suas ações A angústia o tomou e de um pulo esteve em pé Sabendo bem que aquilo já bastava pra falhar Olhou em seu armário com critério e escolheu Um casco igual aos outros desprezíveis e vazios E quis estar alheio ao que ele mesmo construiu Ainda que o custasse abrir mão Do que não viu Fechou os olhos ao chegar Qual cotidiano pode ser tão voraz? Se recostou e esqueceu Dali de seu refúgio não podiam lhe alcançar. Secou as lágrimas e as louças do jantar Lavou seu corpo despindo-se de todo sal E quis estar acerca do que nunca aproveitou Sabendo bem que aquilo já bastava pra sorrir Arriscar pra que, se o destino é certo rumo ao fim Melhor seguir o plano e me guardar dentro de mim