Como a via - láctea Permanece intacta Perdem-se galáxias dos olhos meus Giram os planetas Dançam os cometas Turvam-se lunetas em brilho e breu Explodem pulsares, turbilhões solares Grãos moleculares, constelações Toda alquimia, toda astrologia Toda astronomia, não calam questões Pode a gravidade Pela eternidade Tua imensidade esconder? Se os buracos negros Guardam teus segredos Poderão meus dedos perceber? Se em alguma parte Em Saturno ou Marte Por alguma arte, na escuridão Contenha o espaço A luz dos teus braços Do teu rosto um traço de emoção Ou não Seja o lume das estrelas Seja a poeira de um vulcão Teu silêncio me fascina Me alucina tua criação Quero te sentir Preciso sentir Que não é ilusão