Não sei se foi sonho meu, mas eu me pus a voar Sob as estrelas do céu, sobre a espuma do mar Fechei os olhos pra ver a poesia nascer aquarela Um grande amor, meu grande amor era a Portela Ainda está lá o meu coração Deixei os meus sonhos na mesma estação O tempo corteja seu manto real Teu segredo em ser imortal Orayêyêô, yalodé é conceição Reina a flecha de odé que assentou Sebastião Peguei um pouco de cetim, pintei de azul celestial Assim aprendi a fazer carnaval Quando esse pouco de cetim beijou o vento Era a poesia em nascimento Não sei se foi maravilha do mar ou um conto de areia Ouvi clarear meu poema no cantar de uma sereia Madureira, iaiá, a Bahia chamou Tem reza de bamba pro santo do samba, o meu protetor Portela, tua águia redentora Na oitava das pastoras mais parece procissão Passa este rio mas não passa meu amor Cantarei de onde for aos filhos portelenses que virão Meu toque do tambor é trovoada Acima desse manto não existe nada Está no azul do céu, está no azul do mar Portela, o infinito é o teu lugar