Prepara o alguidar acende a vela Firma ponto ao sentinela, pede a bênção pra vovô Faz a cruz e risca a pemba Que chegou exu pimenta e a falange de xangô Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá Adorei as almas que conduzem meu caminho Ê mojubá Marabô invoque a Lua Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia No tacho arruda e alecrim ô! Bala de chumbo contra toda covardia Tenho a fé que habita o sertão de Lampião, o cangaceiro Feito moreno eu vou viver Mais de cem anos no meu Salgueiro Sou espinho qual fulô de macambira Olho gordo não me alcança Ante o mal a pajelança pra curar Sempre há uma reza pra salvar O nó desata, liberdade pela mata E os mistérios do axé, meu candomblé Derruba o inimigo um por um Eu levo fé no poder do meu contra egum Salve seu zé, que alumia nosso morro Estende o chapéu a quem pede socorro Vermelho e branco no linho trajado Sou eu, malandragem de corpo fechado Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar Meu terreiro é a casa da mandinga Quem se mete com o Salgueiro acerta as contas na curimba