Avistei na subida da ladeira o paraíso Encarnado onde o fruto é coibido Desejo da luxúria cobiçada Vou gozar a nossa vaidosa liberdade Que julgam fora da realidade O absurdo é essencial Mordendo o outro lado da maçã Sete faces, pura tentação Entre o novo e o costume Meu lume cega toda escuridão Nem vem! Sei que é de vidro esse seu telhado É muita soberba, pra pouco pecado Se aponta o dedo pra mim, digo no pé Isso é puro medo de não ser quem é Ante o juízo final A calmaria que precede o caos Corcel de lobos, e a falsa bonança Anunciam a tragédia da esperança Mas sem contar quem espera sempre alcança o seu lugar Depois de tanto pão que o inimigo amassou Chegou a redenção que o profeta anunciou Vem sambar na barca da academia Onde pecar é permitido E proibir é proibido Meu paraíso é vermelho Vermelho sem juízo, afinal Por você eu morro Salgueiro Salgueiro meu inferno divinal